quinta-feira, 24 de maio de 2012

Cadê


Procuro aqueles tempos
onde a paixão tomava conta 
e o desejo de estar perto
era tudo o que queria,
como um tempo sem fim...

Onde estão aqueles beijos  
que me enlevavam aos céus e as
delicias de seus lábios como
uma  nuvem de pétalas?

Procuro angustiado aquele fervor
que invadia minhas veias 
e transformava meu sangue em uma
cachoeira de desejos embriagantes.

Onde está você que dançava
minhas canções de amor e sonhos!

Inalo as flores de todas as florestas encantadas
e não sinto mais seu perfume!

As paredes que decorou estão vazias, sem cor  
e sem aqueles versos de amor que escrevemos!

Minhas poesias estão sem você; 
o vinho não tem aquele frescor 
e não mais desperta o desejo 
de querer ficar para sempre embriagado. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Senhora Perfeição


Perfeição que me adeja,
que não pousa no chão
de minha terra
seus pés de nuvens e ilusão.
Aterrissa em meu seio,
faça par com minhas dores
e poderemos ser amigos de verdade.

Que seja maldito
seu egoísmo
de sempre querer
estar no trono dourado
de minha cidadela
de vaidades e ilusões.

O que de mim almeja?

Meu palácio de vaidades
está deserto
e já perdi de longe
todos meus guerreiros
que se foram levados
em suas asas,
aliciados pelo glamour de seu sorriso.

Algures devem estar em conjúgio
com suas virgens,
que o sangue sugou e
entorpeceu com sua poção
de doce amargor e
apagou das faces carminadas
o desejo e o vigor.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Aprendendo


A perfeição não é meu alvo de vida.
Minha religião não tem templo e nem teologia
e
meu Deus é um desconhecido...
A solidão me satisfaz porque distancia
de quase todos os humanos;
odeio alguns talvez porque os conheça demais;
admiro alguns porque acredito não terem pecado
e aqueles poucos que amo
ainda estou aprendendo a conhecer mais de perto.

EU SEI


EU SEI,

porque                                 assim
                 desta forma
                    todo o universo é!

E
          sendo  assim,

“posso sair
bailando e
amando
sem medo!”

                       e assim

 não preciso
    ter certeza
       de que alguém
            me diga algo

porque

             não impera
        o pensamento
nem a mente!  

domingo, 6 de maio de 2012

Sra. Sofia


O fim estava anunciado,
ainda era dia e esperei
que a noite chegasse
para refugiar-me na taberna.
La fora os loucos entorpecidos
copulavam nos charcos
e as aves pareciam cantar alucinadas
como trombetas do apocalipse!
Enquanto o caos se expandia
segui até lá por um labirinto de vielas  
e quando cheguei estava vazia,
abri a porta e senti o forte odor
de verduras, carne defumada e pão. 
Ela ainda não chegou, será cedo demais?
Perdeu o caminho ou algum louco a pegou?
A noite chegou!
A lua enrubesce
anunciando a gravidade do anunciado!
O mundo enlouquece e derrama
seu visgo de lascívia como um incenso.
Refugiados ali,
naquele lugar,
sobrevivemos no calor daquele âmbito
onde apenas pensamos e
comemos do bom sumo da terra,
todos juntos,
amigos da Sra. Sofia.

Um sonho


Eis o homem e seu sonho
nunca sonhado,
perdido nas quimeras e angustias
do trafego e das buzinas dos carros
que nunca param de correr!
Estou neste transito
onde o tempo desistiu de sorrir
a comédia dos que vão e vem...
Talvez alguém tenha sonhado
meu sonho querido e me espera
entre os desesperados do aeroporto
de frente ao mar.
Se veio ou já nasceu nunca saberei,
veio o mundo para me ver e amar
e até agora não me achou.

Deuses da Luxúria


As formigas soturnas emergem do antro
desconhecido e invisível daqueles velhos deuses
que comiam sem saciedade a carne de meninos
levados por um simples surto de ilusão.   
Elas correm em miríades
levando meu doce,
meu querer de viver,...
Quero correr e salvá-lo!
Não tenho mais aquele fôlego
e os braços raptores são viçosos 
e correm como um vento sedento e
lascivo, como ondas inquietas.
De mim a doçura da música não para
por causa do amor que me faz
gritar e esbravejar como um louco
e meu ar que se esvai me deixa caído
sem forças para correr atrás de você,
meu ser pueril,
levado por causa da loucura,
vai ser sacrificado,
trocado por uma noite onde cães sedentos
louvam aqueles velhos deuses da luxuria!

quarta-feira, 7 de março de 2012

O instante


Uma imagem humana surgindo da terra!
Será que
está emergindo, tomando vida,
deixando sua sina telúrica,
querendo ser mais humana
ou mais além?
Será um anjo caído, sem asas,
sem aura ,sem fulgor,
sem vontade de viver
da rotina, do caos, dos dias  que
se repetem sem fim?
A estase do fatídico momento
ou será
a gloria de um instante?

A Força


Essa ‘Força Estranha’
é tudo buscamos, não é mesmo?
Está sempre conosco,
na nossa felicidade,
no sorriso,
na vontade
indefinida e
inefável.
Permeia todo o ser
e nos deixa assim,
com os pés no riacho ...