Um dia pensei que era santo porque queria que assim fosse!
Escravo de uma convicção de homem egoísta.
Com um livro sagrado na mão,
sentindo que Deus estava ali o tempo todo me protegendo!
O céu era minha morada, o paraíso meu destino...
Meu corpo era o templo divino.
Queria que todos convergissem pra mim, para o meu Ego!
O que pensava era o centro de toda verdade!
Agarrava-me àquele livro, consoantes, vogais e verbos.
Era uma via que me levava...
Afinal, era a palavra santa que estava nas minhas mãos
como um imaculado vaso do mais puro cristal.
Um dia caminhava nas convicções dos meus anseios
e não vi uma pedra, tropecei!
Tudo fugiu para um espaço desconhecido,
se perdeu entre as frestas de um abismo,
em furnas infindas que não sabia que existia...
Fiquei estendido, esquálido e
lânguido,
olhando um céu azul
e nuvens indiferentes...
Ouvia o vácuo infindo de um universo
que não me estendia as mãos.
Sem socorro...
Um filho de Deus abandonado!
Naquela suspensão podia ver tudo,
estava claro e límpido
sem mistérios...
Aqueles olhos me olhavam sem ver,
pensavam e não entendiam,
tocavam minha tez e nada sabiam
da paz e da gloriosa felicidade
que naquele instante,
podia ver...
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